2003 - 2006: O despertar de uma geração

2003 pode ser considerado um divisor de águas para a natação brasileira. Foi neste ano que uma adolescente de 16 anos começava a sair de Pernambuco para marcar seu nome na história do evento. Enquanto isso, em Pinheiros e Brasília, dois loirinhos se preparavam para a glória: um magrinho vindo de Santa Bárbara d'Oeste e uma loirinha. A loira iria desbancar o maior nome da natação brasileira feminina naquela época. Já o garoto... bem, falemos deles depois. Agora, nos concentremos em Joanna Maranhão (foto).

Ela, defendendo o Nikita/SESI, já conseguia um lugar entre as grandes, vencendo os 200 peito e os 200 e 400 medley, estreando na seleção absoluta para disputar o Pan e o Mundial. Além de Joanna, Flávia Delaroli, pelo Pinheiros, e Monique Ferreira, pela Unisanta, eram as tops do evento no de Lamare. Flavinha já quebrava o recorde dos 50 livre e Monique, "só" os 200 e 400 livre, e os 200 borboleta. Nos 400 medley, brilhava uma nova estrela no Minas: Thiago Pereira se apresentava para o país com sua vitória. Com a ajuda providencial de Gustavo Borges e José Meolans, além de Paula Baracho e da própria Flávia, entre outros, o Pinheiros começava sua hegemonia que duraria até 2010, e que lhe deu o título de maior campeão do Troféu Brasil.

Em 2004, o fim de uma era: Gustavo Borges se despedia dos Troféus Brasil, e uma nova geração dominaria as piscinas. Thiago, Gabriel Mangabeira (Campos) e Lucas Salatta (Pinheiros) lutavam pelo posto de Borges. Pelo lado feminino, Rebeca Gusmão, pela AABB de Brasília, começava a sua escalada com vitórias nos 50 livre e nos 50 peito, enquanto Thiagão levantava poeira derrubando a marca de Ricardo Prado em 1984 nos 400 medley.

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Mariana Brochado (na foto acima), a musa-mor da natação naquela época, dominava os 200 livre, enquanto no Borboleta, Fabíola Molina, pela Fadenp, batia o RC nos 50 costas e o sul-americano nos 100. Georgina Barach, pela Unisanta, era a melhor estrangeira: a argentina fez recorde sul-americano nos 400 medley delas. Fernando Xuxa Scherer, veterano, galgava mais uma olimpíada vencendo nos 50 livre. Os revezamentos do Pinheiros, entretanto, fizeram a diferença para o bi-campeonato.

O Curupira também foi ecoado em alta voz no Troféu Brasil de 2005, já sem Borges. O tri-campeonato do Pinheiros, em BH, teve a força dos revezas, com Flávia Delaroli, Talita Ribeiro, Flávia Neto de Jesus e Tatiana Lemos Barbosa, entre elas, e Ryk Neethling (África do Sul), Lucas Salatta e Guilherme Guido, entre eles. Mas, agora defendendo o Santo André, o grande nome masculino foi Xuxa, soberano nos 50 borboleta.

Só o final foi o mesmo em 2006: Pinheiros tetra-campeão, nove vezes no total. A primeira diferença foi a mudança com o Troféu José Finkel: o Finkel em Maio, o Troféu Brasil em Setembro. Poliana Okimoto não defendeu o Pinheiros por problemas de tímpano, Mas Rebeca Gusmão, agora pelo SERC, dominava absoluta os 50 livre e as desconfianças de doping. No masculino, aquele garoto sonhador de Santa Bárbara d'Oeste, que recebeu o maiô da última prova da carreira de Gustavo Borges, dele próprio, começava a deixar o sonho para a doce realidade. O Brasil conheceria César Cielo, que começava a dominar a prova da qual até hoje é senhor absoluto, e que deu a única medalha de ouro olímpica da natação brasileira. Gabriella Silva batia seus próprios recordes no borboleta. Leonardo Guedes e Felipe Lima eram os senhores dos costas e do peito.

A maior de todas as novidades para o ano seguinte não seria somente um parque aquático digno das tradições brasileiras. Seria que a edição de 2006 foi a última com o nome Troféu Brasil de Natação.

PRÓXIMO E ÚLTIMO CAPÍTULO: Agora se chama Troféu Maria Lenk!