1999 - 2002: Os bons tempos voltaram? A maior rivalidade do Rio
1999. Eurico Miranda aproveitava a excelente fase do Vasco, que acabara de comemorar seu centenário, e também colhendo os frutos do título da Libertadores da América no Futebol, para criar um grande projeto olímpico para o time. Logo, tirou Gustavo Borges do Pinheiros e Fabíola Molina (foto, com Tatiana Lemos) do São José, para serem os pontas-de-lança de um timaço, que tinha também Luiz Lima e Gabriel Mangabeira, entre outros, no primeiro ano. Mas a disputa maior seria contra o Flamengo de Fernando Xuxa Scherer e Inge de Brujin, e companhia bela, que não erguia a taça maior da natação brasileira desde 1990 (na edição de 1991) Parecia que os bons tempos de domínio carioca no Troféu Brasil estariam de volta.
E no feriado de Corpus Christi daquele ano, o Júlio de Lamare voltava a esquentar com uma natação carioca forte e favoritíssima, num grande aquecimento para os Jogos Pan-Americanos do mês seguinte, em Winnipeg (CAN). No final, o primeiro título vascaíno, com a ajuda do papai Gustavo Borges (que no ano anterior deu à luz Luiz Gustavo, de sua relação com Bárbara Borges), das vitórias de Lima, Mangabeira e Ana Muniz, coincidentemente no mesmo dia em que o time de futebol vencia o mesmo Flamengo na Taça Rio. Mesmo assim, Inge (com o melhor tempo daquele ano nos 50 livre, 24.94), Xuxa e a jovem Flávia Delaroli também deixaram sua marca.
O milênio começava (ou acabava) com o Parque São Jorge recebendo estrelas do Brasil e do mundo no último ocorrido na Pauliceia antes de 2014. cujo objetivo era formar a Seleção Brasileira para o Mundial do ano seguinte, em Fukushima (JAP). O Vasco, disparado desde o início e com a força da russa Nadejda Tchemezova, de Tatiana Lemos e, claro, de Mangabeira, Borges e Fabíola, papou o bi no Flamengo. A grande novidade foi a Unisanta de Márcio Latuf, que teve como destaque a argentina Georgina Bardach.
2001. O Vasco dava sinais de que o projeto olímpico estava nas últimas, mas mesmo assim tinha um forte time. A emoção foi mais forte: enquanto Eduardo Fisher batia o recorde sul-americano nos 50 peito, as meninas do Flamengo (Flavia Delaroli, Michelle Rosendo e duas promissoras e talentosas jovens, chamadas Mariana Brochado e Monique Ferreira) venciam por um centímetro no reveza 4 x 50 livre. Enquanto uma Fabíola Molina convalescida de dengue faturava os 50 costas, Gustavo Borges dançava na chuva como Gene Kelly vencendo nos 200 livre. Nos 100 borboleta, Fernando Scherer perdia o trono para Fernando Alves, do Flamengo. Edvaldo Bala Valério, do Vasco, e outro nome promissor, Nicholas dos Santos, do Flamengo, eram disparados para o Japão. E após tudo, o Vasco, baleado por uma crise, gritava "tri-campeão", estando o Flamengo, sem Xuxa, na segunda posição.
2002. O Vasco, ao fim do ano anterior, fechava suas portas para seu projeto de natação. O Pinheiros abraçava de novo Gustavo Borges, e chegavam Tatiana Lemos e Flávia Delaroli. Nayara Ribeiro chegava para defender o Iate Clube. Após um ano de ausência, Fernando Xuxa Scherer era a grande atração do Primeiro de Maio, de Santo André. Do Cabo Branco, chegava outro nome de ouro: Kaio Márcio, uma grande revelação que o mundo depois ouviria falar. Mas o Flamengo tinha Mariana, Monique, a ucraniana Yana Klochkova e Nicholas dos Santos. Com os revezamentos e os recordes de Yana (4:53.50 nos 400 medley, por exemplo), mais uma taça para o Mengão.
Estava assim encerrada mais uma era. A nova geração estava chegando. Entre os novos nomes, uma jovem sorridente pernambucana, com carinha de criança, mas nadando como gente grande. O nome forte seria dito por 11 Troféus Brasil (depois Maria Lenk) por Carlos Magno Simões e Rodolfo Carneiro: Joanna Maranhão, que chegava para ficar! Enquanto isso, no interior paulista, um loirinho de olhos claros assistia a tudo e, já campeão de Torneios Regionais, queria nadar com os gigantes. César Augusto Cielo Filho, ou Cesão, mal sabia, mas seria mais do que isso!
PRÓXIMO CAPÍTULO: O despertar de uma nova geração (no ar em 18/04)